Encerramento do XXV CEPE/ADESG-MS com Pós-graduação Latu Sensu em Planejamento Estratégio pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

por Luiz Eduardo Silva Parreira.


Senhoras e Senhores, saúdo-vos!

Autoridades, na pessoa do presidente, Sr. Delegado da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Delegacia Mato Grosso do Sul, Coronel Murilo Oliveira Castro,  no qual cumprimento todos os  membros componentes desta respeitável mesa.

Meus amigos formandos, boa noite!

Foi com imensa alegria que aceitei o convite formulado pelos meus colegas de curso para ser o orador neste importante momento de nossas vidas acadêmicas. Vindo de tão admiráveis e nobres pessoas, foi impossível declinar tão elevada honra; ainda que, confesso, seja  eu o menos digno desta áurea missão!  Não obstante, aceitei e, humildemente, procurarei cumpri-la à altura de falar em nome dos novos adesguianos do XXV CEPE.

“FELIZ A NAÇÃO QUE TEM O SENHOR POR SEU DEUS!”

Esta profunda, bela e simples lição, escrita há mais de dois mil anos pelo salmista, é a síntese do nosso Curso de Estudos de Política e Estratégia (CEPE).

Da lavra de São Tomás de Aquino, o mais santo dos filósofos e o mais filósofo dos santos, extrai-se que “SOMOS AQUILO QUE AMAMOS”. A mesma sã filosofia nos ensina que só podemos amar aquilo que conhecemos. Nós conhecíamos o Brasil, mas, por meio da ADESG, passamos a vê-lo com um olhar mais crítico e, concomitantemente, descobrimos que nossa vontade de trabalhar para construir uma PÁTRIA FORTE, SOBERANA E AMADA POR SEUS FILHOS não é um sonho particular ou absurdo.  É o desiderato de um coletivo que acredita que somente estudando o Brasil, poderemos separar o pastor do mercenário. O pastor, assevera o evangelista João, dá a vida pelas suas ovelhas. Já o mercenário, que não é pastor e a quem não pertencem as ovelhas, apenas vê aproximar-se o lobo, deixa-lhe as ovelhas e foge!

Nós, brasileiros, somos os pastores! Todos nós! Nossas ovelhas são os Objetivos Fundamentais da Nação Brasileira: A DEMOCRACIA, A INTEGRAÇÃO NACIONAL, A INTEGRIDADE DO PATRIMÔNIO NACIONAL, A PAZ SOCIAL, O PROGRESSO E A SOBERANIA.

Já os lobos e mercenários, lamentavelmente, brasileiros muitos desses, querem destruir o que nossos antepassados nos deixaram e que cabe a cada um de nós, defender! Essas pessoas trabalham para que esqueçamos um trinômio que desde os primórdios do Brasil fez com que todos se unissem pela sua defesa: seja no campo intelectual, com Rui Barbosa, Alexandre de Gusmão e o Barão do Rio Branco, ou no campo de batalha: o trinômio DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA!

A integridade familiar é que salvará o Brasil. É da família, do berço, que sairão os brasileiros éticos e moralmente fortes para mudarem toda situação que nos causa indignação. E DEFENDER A FAMÍLIA É DEFENDER A PÁTRIA! Por isso a família é alvo constante dos ataques dos inimigos da Pátria, pois, sabem que enfraquecer a célula matter da sociedade é deixá-la vulnerável aos ventos hostis da oportunidade alheia. É na família bem formada que se aprende o valor da educação, do respeito, de que existe o não, de que há responsabilidades, que há prêmios e castigos. Que há limites e que existe amor, afeto e solidariedade gratuitos, pelo sublime gesto de amar.

E uma família temente a Deus, Todo Poderoso, é mais atacada ainda. Porque em nome de Deus, as diferenças deixam de existir.

Foi assim em Guararapes, em 19 de abril de 1648, nascedouro da Nação e do Exército Brasileiro. Ali o negro, o índio e o branco lutaram contra o invasor holandês, unidos pelo amor ao Brasil, cujo catalisador era a fé em Deus. Nas imagens dos Mestres-de-Campo, brancos, Vidal de Negreiros, Fernando Vieira e Barreto Menezes; do Capitão-Mor dos Índios, Felipe Camarão e do Governador dos Negros, Henrique Dias, vê-se que ostentavam a CRUZ DE CRISTO no peito! E o Nordeste é hoje Brasil!

Também em Forte de Coimbra, aqui perto, a 100 quilômetros de Corumbá, em 1801, diante de uma força incrivelmente superior, o tenente-coronel Ricardo Franco de Almeida Serra, patrono do Quadro de Engenheiros Militares do Exército Brasileiro, resistiu por nove dias ao cerco e ataque do inimigo, com a certeza de que tinha um dever a cumprir com a Pátria e com Deus!   Foi esse herói quem levou para Coimbra a imagem de Nossa Senhora do Carmo em cuja proteção sempre acreditara!  Em resposta ao ultimato do governador de Assunção, Lázaro de Ribera, para que desocupasse o Forte e o entregasse, ultimato respaldado por uma frota de três sumacas espanholas fortemente armadas com canhões, com mais de 600 homens embarcados e 300 índios paiaguás. No Forte havia menos de 50 combatentes leais ao grande Comandante!  Confiante em Deus, em Nossa Senhora do Carmo e nesses poucos defensores que lhe eram leais, Ricardo Franco redigiu sua resposta afirmando que ou repeleriam o inimigo ou sepultar-se-iam debaixo das ruínas do Forte que jurara defender! Esta vitória de RICARDO FRANCO, em setembro de 1801, é que garantiu pelo jus belli a grandeza territorial brasileira a oeste de Tordesilhas.  Campo Grande, Mato Grosso do Sul é Brasil porque RICARDO FRANCO, no Forte de Coimbra, resistiu, barrou o avanço do inimigo castelhano. 

NOVE DIAS DE LUTA E RESISTÊNCIA QUE GERARAM 210 ANOS DE GRANDEZA TERRITORIAL PARA O BRASIL!  TAL VERDADE, TÃO BELA E LUMINOSA, EMOCIONA A CADA UM DE NÓS QUE HABITAMOS ESTE RICO CENTRO-OESTE!

O mesmo se observa na campanha da Tríplice Aliança quando – a exemplo de Mallet – Patrono da Artilharia do Exército Brasileiro, cujo brasão contém a inscrição “Minha força vem do alto”, os demais Patronos do Exército, Caxias, Osório, Sampaio, Cabrita; todos, antes de cada batalha, ajoelhavam-se para rezar na hora da revista!

Quando a Força Expedicionária Brasileira, após as vitórias em Fornovo, Collecchio, Zocca, Camaiore, Monte Prano, Castelnuovo, Montese, Monte Castelo, cessou fogo no teatro de operações da Itália, em 08 de maio de 1945, seu comandante – Marechal Mascarenhas de Moraes – pronunciou pelo rádio: “A ORDEM DE CESSAR FOGO ACABA DE SER DADA A TODAS AS TROPAS QUE COMBATEM NA ITÁLIA. GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ ENTRE OS HOMENS DE BOA-VONTADE NA TERRA”!

Há ainda alguma dúvida de que todos esses personagens titubeavam na fé, amavam o Brasil ou queriam bem às suas famílias? Não! Tinham o trinômio DEUS-PÁTRIA-FAMÍLIA vivos em sua alma. Por isso esses valores são, hodiernamente, violentados, ultrajados, atacados, porque se sabe que eles já provaram que são capazes de unir o povo brasileiro contra aqueles que querem dominá-lo.

Nós do XXV CEPE – com vistas nesses vultos e heróis – somos mais uma pedra viva na trincheira contra os mercenários. Por isso não podemos deixar de agradecer aqueles que nos conduziram durante esses meses de curso.

Agradecemos, ab imo corde, ao Delegado da ADESG/MS, Coronel Murilo de Oliveira Castro, nosso líder de esquadrilha nos vôos de pensamento que fazíamos, obrigado por sua dedicação e ensinamentos; afinal, como disse o primeiro Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, é o avião que leva mais alto a bandeira do Brasil!; ao Coordenador do XXV CEPE, Coronel João Ricardo Coelho, obrigado pelo abraço amigo, pelos conselhos e pela excelente condução do Curso; ao Sub-tenente Leal, secretário do XXV CEPE, obrigado pelos trabalhos administrativos que tanto agilizaram nosso curso; à Senhora Arliede, responsável pela tesouraria, pelos nossos passeios e pela belíssima festa que desfrutamos agora. E a todos os membros da ADESG/MS, na pessoa da secretária Danilla, que sempre mui bem nos atendeu na sede.

Também não se poderia deixar de falar de cada um dos 18 formandos. 18 como os 18 DO FORTE DE COPACABANA, que em 05 de julho de 1922, marcharam quase todos para a morte, escudados, basicamente, pelos seus ideais. Nós, agora ADESGUIANOS, da mesma maneira marchamos, unidos aos demais colegas já formados desde 1951, com um só coração e uma só alma pela grandeza do Brasil, o lema da ADESG!

O Advogado Danilo Gordin Freire, que sempre tinha uma observação pertinente durante os debates;

O Gestor Imobiliário Élson Gilvan Oliveira de Aquino, homem de uma força de vontade férrea e de um coração amigo;

O Administrador Fabiano Dassan, com seu olhar sempre atento e seu aperto de mão firme;

O Veterinário Francisco Rodrigues Santos, que sempre tinha uma palavra de incentivo para dizer aos colegas;

A Pedagoga Gláucia Chaves Brito, com voz doce e uma indignação sincera, que a fazia sempre ser enérgica nos argumentos quando preciso;

O Advogado Irineu Allan De Jesus, pessoa de inteligência ímpar e de alma castrense;

O Advogado Jair Oliveira Chita, professor universitário que fez da sua sala de aula um apêndice da ADESG;

O Tecnólogo Joelson Chaves de Brito, com seus argumentos sempre bem embasados e uma dedicação exemplar à sua fé;

O Pedagogo Jorge Augusto Amaral, que sempre tinha um apontamento sobre a Campo Grande de outrora, que ele viu crescer;

A Engenheira Jozilda Riffel Camatte, com suas críticas sempre buscando enriquecer os debates;

O Policial Militar Juliano Marques Fernandes, que diversas vezes foi à aula no intervalo de sua escala de serviços;

O Tenente de Cavalaria Leonardo Leão Fernandes Nishiguchi, homem responsável, líder nato e com certeza um dos futuros Generais-de-Exército de nossa gloriosa Força Terrestre;

A Pedagoga Márcia Maria Santos Fenero, que nas suas falas indignadas, sempre citava exemplos de sua vida que enriqueciam a explanação;

A Perita Criminal Marianna Vicente de Melo, bióloga de formação, que muito nos instruiu em sua apresentação na monografia;

O Tenente de Cavalaria Rafael Francisco Rosa Carbone, que tanta saudade deixou no NPOR do 20º Regimento de Cavalaria Blindado, por seu companheirismo;

O Tenente Vinícius Rodrigues Gonçalves, pastor, capelão do CMO, que sempre levava nas aulas algum livro para comentar com os colegas

E O Advogado Nilvo de Souza Moraes, sempre calmo, sereno e doce, que nos deixou uma belíssima mensagem no último dia de aula, com a estória da senhora que lançava semente de flores.

Senhoras e senhores, meus colegas formandos, sem sombra de dúvida, evocando São Paulo na Sagrada Escritura, COMBATEMOS O BOM COMBATE, TERMINAMOS A CORRIDA E GUARDAMOS A FÉ. Comprometemos-nos a não sermos omissos como Pôncio Pilatos, que diante da VERDADE e da INOCÊNCIA, lavou as mãos.

NÃO!

Lembraremos sempre da exortação feita pelo Almirante Barroso, na Batalha do Riachuelo, em 11 de junho de 1865, quando hasteou as bandeiras-código no seu navio-capitânea, com os dizeres que empolgaram os brasileiros e os levaram à vitória naquele dia: “O BRASIL ESPERA QUE CADA UM CUMPRA O SEU DEVER!”

NÓS CUMPRIREMOS!

Muito obrigado.


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