Forte de Coimbra: o local onde a imagem de N.S. do Carmo foi erguida
Eduardo descansando sobre um canhão Whitworth 32 libras. |
Entre os dias 06, 07 e 08 de dezembro de 2013, o Comando Militar do Oeste (CMO) promoveu juntamente com o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS), uma visita ao Forte de Coimbra, dando sequência ao programa de divulgação daquela histórica praça de guerra.
Capitaneados pelo General Ferreira (Comandante do CMO) e pelo Professor Campestrini (Presidente do IHGMS), Professores, Pesquisadores, membros do Instituto e membros da Magistratura do Trabalho do Mato Grosso do Sul compuseram a comitiva. Nessa visita, quatro fatos se destacaram. O primeiro, diz respeito ao estudo do local onde o músico Verdeixas ergueu a imagem de Nossa Senhora do Carmo; o segundo, o local por onde os defensores do Forte desocuparam a fortaleza; o terceiro, estudos preliminares para a comemoração dos 150 anos da heroica resistência contra o ataque paraguaio; e, quarto, a primeira visita do Eduardo Pionti Parreira ao Forte de Coimbra :-D
A viagem iniciou-se na manhã de sexta-feira, 06/12/13, na sede do IHGMS, em Campo Grande, MS. O trecho terrestre foi percorrido de ônibus até Porto Morrinho.
Durante a viagem, o Eduardo - como não poderia deixar de ser - fez seus selfies com o pessoal convidado.
Eduardo e o casal Mineiro :-D |
Eduardo, Gen. Ferreira e sua esposa, dona Tânia. |
Eduardo e o Professor Campestrini. |
Em Porto Morrinho, a guarnição esperava a comitiva com um café da manhã, pois o trecho fluvial - pelo Rio Paraguai - começaria a partir dali e não existe parada no meio do caminho ;-)
Porto Morrinho - depois da desativação de Porto Esperança - passou a ser o ponto de saída e chegada, via Rio Paraguai, do pessoal que vai ou volta do Forte de Coimbra.
Alguns membros da comitiva foram para o Forte de Coimbra a bordo de uma das lanchas de ação fluvial do EB no Pantanal. No caso, a Portocarrero, homenagem ao comandante da resistência de 1864.
Já eu e o Eduardo fomos na lancha Ludovina Portocarrero. Dona Ludovida era esposa do Tenente-Coronel Portocarrero e foi ela quem pediu ao músico Verdeixas que levantasse a imagem de Nossa Senhora do Carmo por sobre as muralhas do Forte de Coimbra. Este fato fez com que a batalha parasse por alguns instantes. Num outro post, detalharemos esse milagroso fato.
Chegada ao Forte de Coimbra: General Ferreira, Maj. Airton Corrêa e a Guarda de Honra.
Selfie no MIrante. Ao fundo, o Prof. Heitor Freire, do HIGMS. |
Canhão Armstrong-Whitworth 6 polegadas (152,4mm). Final séc. XIX.
Canhão Vickers-Armstrong Mk.XIX 6 polegadas (152,4mm). Início séc. XX.
Após a visita ao Mirante, visitou-se o Forte de Coimbra. O visitamos - eu e o Edu - duas vezes naqueles dias. Uma com a comitiva e outra, eu explicando alguns pontos para ele. Com tanto canhão "dando sopa", passamos por todos, um por um :-D
Canhão Armstrong 4.7 polegadas (120mm). Meados do séc. XIX.
Professor Hildebrando Campestrini e Eduardo. Museu do Forte de Coimbra. |
Prof. Campestrini, Luiz Eduardo, Eduardo e Professor Chico Mineiro. |
Tradição de família, hahahahaha :-D
Ir à vila do Forte de Coimbra e não visitar Nossa Senhora do Carmo é como ir a Roma e não ir ao Vaticano :-D
Mais tarde o grupo foi à gruta Ricardo Franco. Nela - além da sua beleza natural - há dois aspectos que se destacam: a sombra de uma estalagmite que lembra Nossa Senhora do Carmo e uma inscrição feita pelo Marechal Rondon, quando visitou a gruta, em 1904.
Cel. Chico Mineiro explicando todos os detalhes da gruta. Dedicou especial atenção ao Eduardo, respondendo todas as suas perguntas. |
Sombra que lembra a silhueta de Nossa Senhora do Carmo. |
De volta à vila, é hora de se preparar para a volta. Nas fotografias abaixo, uma das casas da vila do Forte e um dos marcos de tijolo erguidos a pedido do General Raul Silveira de Mello, para demarcar os pontos limítrofes da primeira estaca do Forte de Coimbra. Também uma fotografia com o Sr. Eurides, um dos moradores mais antigos do local.
Um selfie para terminar a aventura. Muitas das fotografias deste post foram feita pelo Eduardo :-D |
Melado de protetor solar, agora duas horas subindo o rio, rumo a Porto Morrinho e depois, Campo Grande.
Quanto aos objetivos da viagem, dois deles vamos colocar aqui:
(a) O local da investida da infantaria paraguaia e de onde Verdeixas levantou a imagem de Nossa Senhora do Carmo.
Pela descrição física feita pelo General Raul Silveira de Mello, em relação ao tamanho das muralhas; visada da imagem, de maneira que os combatentes paraguaios, em terra e nos barcos pudessem enxergar a imagem; teoria de combate de infantaria; táticas da época etc, o único local que todos os pontos convergem é a muralha um pouco acima da entrada principal do Forte.
Importante destacar, segundo o Coronel Jônatas do Rêgo Monteiro, em seu livro "O Exército Brasileiro", de 1938, que "até 1736 não havia propriamente organização de uma unidade de Artilharia. Os fortes eram guarnecidos pelos Terços de Infantaria e outros soldados dos navios de guerra com prática de Artilharia".
Importante destacar, segundo o Coronel Jônatas do Rêgo Monteiro, em seu livro "O Exército Brasileiro", de 1938, que "até 1736 não havia propriamente organização de uma unidade de Artilharia. Os fortes eram guarnecidos pelos Terços de Infantaria e outros soldados dos navios de guerra com prática de Artilharia".
Em vermelho, o movimento da infantaria paraguaia, atacando de um ponto mais alto a parte mais baixa da muralha do Forte de Coimbra. |
Os locais destacados nas figuras acima, vistos do alto. |
Os locais destacados, vistos de próximos da margem do rio. A visão do inimigo embarcado. |
Os locais mencionados, vistos de mais longe no rio. Qualquer outro ponto ou era fora de visada, ou a muralha era mais alta que a descrição etc. |
(b) O local de retirada dos ocupantes do Forte de Coimbra.
Também segundo as informações do General Raul Silveira de Mello, verificou-se que a retirada ocorreu pelo portão lateral do Forte de Coimbra, indo os combatentes embarcar na canhoneira Anhambaí na região que hoje fica próximo do Hotel de Trânsito (HTE). Como era dezembro, o rio estava baixo e eles tiveram de percorrer uma faixa de terra maior em direção ao rio.
Vista interna e externa do portão usado para a desocupação do Forte de Coimbra, na noite de 28 de dezembro de 1864: protão lateral. |
Importante destacar que a canhoneira Anhambaí foi capturada pelos paraguaios, durante a guerra. Hoje ela está preservada no Parque Nacional Vapor Cué. Bom, se os paraguaios querem o canhão "El Cristiano", poderiam trocar ele pela Anhambaí, não é verdade ;-P
A Anhambaí. Fonte: HistamAr |
Para coroar aqueles dias, no dia 10 de dezembro de 2013, foi o lançamento do livro Forte de Coimbra, história e Tradição. Claro que o Edu estava presente e aproveitou para fazer pose ao lado de um dos soldados do Forte de Coimbra, vestidos com seu uniforme histórico (detalhes aqui).
Lançamento do livro: Forte de Coimbra - História e Tradição.
"Uma fortaleza no Pantanal"
Mais sobre o livro:
Comando Militar do Oeste
Jornal Correio do Estado
Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul
Câmara Municipal de Campo Grande
Script da cerimônia de lançamento.
Agradecimento pelo recebimento do livro pelo Deputado Federal por MS, Mandetta.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Caro leitor, Caso tenhas alguma foto ou história sobre o Forte de Coimbra. Ou então reconheça alguém numa fotografia, por favor, compartilhe conosco! Nos escreva e cite este update para que possamos manter viva a história contemporânea do Forte de Coimbra. Envie para silvaparreira@gmail.com.
Comentários
Postar um comentário