Os T-6 e a ERA-42 na Base Aérea de Campo Grande
Por Luiz Eduardo Silva Parreira
O North American T-6 Texan é um clássico! Gerações de aviadores aprenderam a voar neles, assim como, serviram durante a 2ª Guerra Mundial e Guerra da Coreia como avião de observação. Entretanto, após a experiência israelense em usá-las como plataforma de armas, outros países viram nela uma excelente alternativa para uso como aeronave de ataque aéreo aproximado (uma versão barata do A-1 Skyraider, digamos assim, que levava de tudo, até privada!).
O North American T-6 Texan é um clássico! Gerações de aviadores aprenderam a voar neles, assim como, serviram durante a 2ª Guerra Mundial e Guerra da Coreia como avião de observação. Entretanto, após a experiência israelense em usá-las como plataforma de armas, outros países viram nela uma excelente alternativa para uso como aeronave de ataque aéreo aproximado (uma versão barata do A-1 Skyraider, digamos assim, que levava de tudo, até privada!).
Douglas A-1 Skyraider do VA-25 do porta-aviões USS Midway, durante a guerra do Vietnã, com sua estranha carga: uma privada de banheiro! É uma alusão de que aquele esquadrão poderia levar de tudo! Mais fotos aqui.
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Brasão da ERA-42. Foto: Arquivo
pessoal de Luiz Eduardo Silva Parreira
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Com sinais de que grupos guerrilheiros estavam se infiltrando em áreas de matas e florestas pelo Brasil, bem como, que Che Guevara estaria na Bolívia e poderia auxiliar esses grupos, as forças armadas brasileiras resolveram reforçar suas unidades nas fronteiras com o Paraguai e Bolívia. No caso da Força Aérea, foi criada e ativada em 20/10/1965 a ERA-42 (esquadrilha de Reconhecimento e Ataque 42) no então Destacamento de Base Aérea de Campo Grande, que já vinha desde os anos 30 servindo de apoio aéreo para o CAM/CAN (Correio Aéreo Militar, porteriormente, Nacional).
Esta unidade aérea teve a sua existência pautada em contínuas manobras, isoladas e em conjunto com o Exército Brasileiro e Marinha do Brasil, tais como: Operação Poti, Operação Anchieta, Operação Catrapo, Operação Charrua e Operação Xavante.
Aeronave T-6 sendo armada com foguetes e bombas. Foto: Revista Aero Magazine (Ano 7, nº. 81) |
Seu primeiro comandante foi o 1º Ten. Av. Raul Galbarro Vianna e a ERA-42 sempre operou com aeronaves T-6 até sua desativação em 10/03/1970.
Flâmula da ERA-42. Desenho original escolhido e aprovado pelo então EMAER em 08 de maio de 1967. Foi elaborado por Julieta Saad Pulchério. Foto. Arquivo pessoal de Luiz Eduardo Silva Parreira. |
Os T-6 do ERA-42 eram armados com 3 metralhadoras Browning .30, 4 bombas de 35kg e foguetes.
Com a morte de Che Guervara na Bolívia em 1967 e com a identificação dos focos guerrilheiros no Brasil na região Norte do país, no início da década de 70 o ERA-42 foi fundido com o ERA-51 e com a 3ª ELO, ambas de Canoas, para formarem em Belém o 1ª ERA (Esquadrão de Reconhecimento e Ataque), que mais tarde se tornaria o Esquadrão Falcão, da FAB.
T-6 BACG, meados da década de 90, quando em sua base havia um espelho d´água. Arquivo Luiz Eduardo Silva Parreira |
Havia integração entre os esquadrões. Na semana da ASA de 1972, por exemplo, a ERA-51, que ficava na Base Aérea de Cumbica, visitou a antiga casa dos Caracará (código rádio da ERA-42), quando efetuou até lançamento de bombas NAPALM no perímetro do destacamento de BACG!
Aeronaves da ERA-41 Vampiros, na Semana da ASA em Campo Grande. Fotos: Arquivo pessoal de Luiz Eduardo Silva Parreira / Símbolo do ERA-41: FlickR de Luci Braga
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Dentre os integrantes da ERA-42, estava o oficial-aviador oriundo da Cidade Morena, Ten. Av. Chaves Filho. Anos depois, ele foi indicado para ser sub-comandante da Base Aérea de Campo Grande, o primeiro campo-grandense que ocuparia aquele posto. Porém, faleceu num acidente aeronáutico antes de assumir.
Hoje (2011) há vários integrantes da FAB oriundos de Campo Grande e Mato Grosso do Sul. Por exemplo, campo-grandenses, há pelo menos dois Oficiais Generais: o Tenente-Brigadeiro-do-Ar João Manoel Sandim de Rezende e o Brigadeiro-do-Ar Maximo Ballatore Holland; de Corumbá, o Capitão-Aviador Sando Sadique, que hoje serve no Esquadrão Onça (1°/15° GAv).
T-6D com seu armamento. Foto: Arquivo pessoal de Luiz Eduardo Silva Parreira
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Hoje (2011) há vários integrantes da FAB oriundos de Campo Grande e Mato Grosso do Sul. Por exemplo, campo-grandenses, há pelo menos dois Oficiais Generais: o Tenente-Brigadeiro-do-Ar João Manoel Sandim de Rezende e o Brigadeiro-do-Ar Maximo Ballatore Holland; de Corumbá, o Capitão-Aviador Sando Sadique, que hoje serve no Esquadrão Onça (1°/15° GAv).
Na frente da BACG havia um P-47 (veja matéria sobre ele aqui). Em 1984 foi decidido retirá-lo e a aeronave colocada para substituí-lo foi um T-6, em alusão à ERA-42, criada e extinta na cidade e que ali voou por 5 anos. Em homenagem ao Cel. Av. Chaves Filho, a praça que guarda o T-6 recebeu seu nome.
O T-6D que está na frente da BACG é o FAB 1415. Não sei se ela pertenceu à ERA-42. Aliás, não se obteve alguns dados que enriqueceriam a história da ERA-42 em Campo Grande, como quais aeronaves T-6 a mobiliavam, se eram modelo G (golf) ou D (delta), suas matrículas FAB, mais fotos de sua estadia na capital sul-mato-grossense, etc. Mas ainda voltaremos a esse assunto ;-).
O FAB1415 T-6D na praça Cel.Av. Chaves Filho, em frente à BACG. Foto: Cb. Valêncio, em 22/06/2006 via Águida da Silva Pavão. Hoje o esquema viário do local foi modificado. |
Praça Cel.Av. Chaves Filho, já sem espelho d'água, mas com placas de informações intactas (idos de 2002). Hoje as placas estão danificadas. Foto: Arquivo pessoal de Luiz Eduardo Silva Parreira
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Os T-6 da FAB chegaram a pertencer à esquadrilha da Fumaça.
Fonte: Flogão |
E hoje voam nas cores da Esquadrilha Oi.
Fonte: PromoView |
Fotografia enviada por Rafael Lott, do seu avô, Tenente-Coronel Aviador da FAB, Milton Magalhães Lott, voando um T-6 (FAB 1250), sobre a pedra da Gávea, no Rio de Janeiro. SEgundo Rafael, seu avô pilotou os T-6 de 1949 a 1952. Obrigado pela participação, Rafael!
Interessante destacar que os T-6 brasileiros utilizaram três padrões de pintura: a) Uma 'a la Southeast Asia (camuflada, como a que está na BACG), b) uma branca e alaranjada (treinamento) e c) uma especial para a Esquadrilha da Fumaça. E pela foto do Comandante Delfino, mesmo com o esquema branco/laranja, eles também empregavam armas como bombas oO!
Mais do T-6, sendo esta vista aérea; uma fotografia via Coronel de Artilharia (R1) William Vargas da Silva.
T-6 que ficava (não sei se ainda está lá), em fevereiro de 1990, na represa de Guarapiranga, São Paulo: FAB 1235 T-6G.
Já aqui, desativados :-(
No remate, uma apresentação de T-6. Excelente!!
Interessante destacar que os T-6 brasileiros utilizaram três padrões de pintura: a) Uma 'a la Southeast Asia (camuflada, como a que está na BACG), b) uma branca e alaranjada (treinamento) e c) uma especial para a Esquadrilha da Fumaça. E pela foto do Comandante Delfino, mesmo com o esquema branco/laranja, eles também empregavam armas como bombas oO!
Mais do T-6, sendo esta vista aérea; uma fotografia via Coronel de Artilharia (R1) William Vargas da Silva.
T-6 que ficava (não sei se ainda está lá), em fevereiro de 1990, na represa de Guarapiranga, São Paulo: FAB 1235 T-6G.
Já aqui, desativados :-(
No remate, uma apresentação de T-6. Excelente!!
Em maio de 2015, no aniversário do Aeroclube de Campinas, três T-6 brindaram os presentes com o roncar de seus motores radiais! Perfeito!
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