20º Regimento de Cavalaria Blindado: dos M-41 A3C Caxias ao M-60 A3 TTS ...
Por Luiz Eduardo Silva Parreira
O 20º Regimento de Cavalaria Blindado (20 RCB) foi criado pelo decreto n.º. 92.171, de 18 de dezembro de 1985 e teve sua construção iniciada em outubro de 1986. Foi criado dentro do projeto FT/90 (Força Terrestre 90), a fim de reforçar a estrutura organizacional da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, com sede em Dourados, Mato Grosso do Sul.
O 20º RCB em 1993, apenas 5 anos depois de ter sido inaugurado. Foto de Roberto Higa. |
Foi inaugurado em 20 de janeiro de 1988 e seu primeiro comandante foi o Coronel de Cavalaria Roberto Schifer Bernardi, que anos mais tarde retornou a Campo Grande como General-de-Divisão, assumindo o comando do Comando Militar do Oeste (CMO).
O 20º RCB em 1993, apenas 5 anos depois de ter sido inaugurado. Foto de Roberto Higa. |
O "VINTE" nasceu plenamente identificado com o Estado de Mato Grosso do Sul, pois seus quadros de oficiais e praças são originários, em sua grande maioria, do 1º/4º R.Rec.Mec, de Campo Grande, que foi absorvido pela OM. Outra unidade que foi incorporada pelo 20º RCB foi o 1º Esquadrão do 4º Regimento de Cavalaria Motorizado, de Três Lagoas/MS, que em 1990, ainda possuía naquela cidade um dos esquadrões de Fuzileiros Blindados. Em 1998, o Regimento recebeu a denominação de Regimento Cidade de Campo Grande!
Lamentavelmente não se tem registros mais exatos, mas entre os anos de 1987 e 1989, três blindados EE-9 Cascavel, do 1º/4º Rec.Mec., de Três Lagoas, participaram de uma apresentação musical da Banda do Comando Militar do Oeste, na Praça da República (hoje também conhecida como praça do Rádio), que executou, dentre outras peças, a Abertura de 1812, de Tchaikovsky; sendo que os tiros de canhão presentes nessa belíssima obra foram feitos por aqueles 3 carros de combate.
O 20º RCB em 2010. Foto: Panorâmico de Ademar Antônio Merig |
Parte da execução da Abertura de 1812, feita pelo Exército de Autodefesa do Japão, com tiros de obuseiros 105mm. Essa música foi composta pelo autor russo para comemorar a vitória da Rússia sobre os exércitos de Napoleão. (aumento o som!)
E aqui fica uma sugestão: bem que o 20º RCB poderia reapresentar essa peça em suas instalações, só que agora com os poderosos M-60 A3 TTS, para se comemorar os seus 26 anos da criação! E ficaria ainda mais rica a festa se se colocasse no programa a Marcha Solene Brasileira para orquestra e banda militar com canhão, de Gottschalk. Esta música foi executada para o Duque de Caxias e depois disso, nunca mais no Brasil se a executou com tiros de canhão! Fica a dica ;-)
Execução da Marcha Solene Brasileira para Orquestra e Banda Militar com Canhão, pela Banda da 5ª Brigada de cavalaria Blindada (mas sem canhão). Aumente o som!
M-113B EB 21753, do 20º RCB, que levou a urna funerária de Dom Pedro I, no Sesquicentenário da Independência do Brasil. Acervo de Luiz Eduardo Silva Parreira. |
Em 2010, o "Vinte" terminou de se desfazer de seus M-41, enviando muitos deles para a AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). Os mais antigos e sem meios de manutenção, viraram monumento em diversos quartéis da Cidade Morena.
Uma das últimas participações dos M-41 do "Vinte" foi no Desfile de 7 de Setembro, na Rua 14 de Julho, em Campo Grande. Nessa oportunidade, pode-se registrar os procedimentos de recolhimento desses carros de combate.
Passado e presente: em primeiro plano, um M-60 A3 TTS e mais ao fundo, um M-41 A3C, ambos do 20º RCB, numa exposição estática no dia 03 de outubro de 2010, na Base Aérea de Campo Grande. Um dos últimos momentos em que as duas viaturas da OM estiveram juntas. Acervo pessoal de Luz Eduardo Silva Parreira. |
Uma das últimas participações dos M-41 do "Vinte" foi no Desfile de 7 de Setembro, na Rua 14 de Julho, em Campo Grande. Nessa oportunidade, pode-se registrar os procedimentos de recolhimento desses carros de combate.
Perceba-se a quantidade de pessoas que puderam acompanhar os trabalhos, apenas afastadas o suficiente para a sua segurança, mas sem maiores óbices para se gravar, fotografar. Sem sombra de dúvidas foi o maior serviço de relações públicas que a unidade poderia ter feito naquele dia! Parabéns, VINTE!
7 de setembro de 2010 - Campo Grande/MS
Obs.: No texto que aparece no vídeo, escreveu-se VBTT, mas na verdade é VBTP.
Em 2011 o 20º RCB só possui em seu arsenal de Carros de Combate os poderosos M-60 A3 TTS. As fotos abaixo os mostram no Dia da Cavalaria nesse ano, além das outras viaturas e armamentos que a unidade possui, como os novíssimos morteiros de 120mm (veja a Carga de Cavalaria do 20º RCB nesse dia).
Acervo pessoal de Luz Eduardo Silva Parreira. |
Acervo pessoal de Luz Eduardo Silva Parreira. |
No Regimento Cidade de Campo Grande funciona um Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) e também preparara a formação básica de Sargentos das Armas. O NPOR do "Vinte" edita já há dois anos uma revista, mui bem produzida, com detalhes sobre a unidade, tornando-se um importante elo de ligação e divulgação entre o Regimento e a sociedade. Destaca-se dentre seus colaboradores, os 1º Tenentes de Cavalaria Leão e Carbone.
Revista do NPOR do 20º RCB. Cortesia do 1º Ten. Leão. |
Há no 20º RCB um monumento aos Pracinhas, os soldados brasileiros que lutaram na 2ª Guerra Mundial. É uma réplica de outro que está no 11º Batalhão de Infantaria de Montanha - Regimento Tiradentes - em São João Del Rei, Minas Gerais. O Fuzil com o capacete sobre ele foi originalmente feito pelos ALEMÃES, no teatro de operações da Itália. Quando o "Onze de montanha" avançou sobre as linhas inimigas recentemente tomadas, encontrou três covas com soldados seus enterrados pelos alemães. Junto às covas, um Fuzil de pé com um capacete sobre ele, a exemplo do monumento. Junto deles, uma cruz com uma placa em alemão: Drei Brasilianischen Helden (três heróis brasileiros!). Essa belíssima história será contada nos cinemas pela produção nacional "Heróis".
Sobre o ocorrido: "(...) este combate [Montese] houve uma homenagem prestada pelos alemães a três soldados brasileiros que, em missão de patrulha, não se sabe a história correta, mas constatou-se que ao se depararem com uma patrulha alemã, tendo recebido ordem para se renderem, atiraram-se ao chão e abriram fogo contra o inimigo, até acabar a munição. Não satisfeitos, armaram suas baionetas e avançaram contra a Companhia, perecendo face à superioridade numérica do inimigo. Como reconhecimento à bravura e à coragem daqueles soldados, os alemães os enterraram em covas rasas e, junto às sepulturas, colocaram uma cruz com a inscrição "DREI BRASILIANISCHEN HELDEN" (Três Heróis Brasileiros). Em homenagem a eles - Arlindo Lúcio da Silva,Geraldo Baeta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza -, existe no pátio de formatura do Batalhão um monumento que os reverencia".
Monumento réplica do levantando pelos alemães, na 2ª Guerra Mundial. Foto: Gustavo Augusto de Araújo. |
Sobre o ocorrido: "(...) este combate [Montese] houve uma homenagem prestada pelos alemães a três soldados brasileiros que, em missão de patrulha, não se sabe a história correta, mas constatou-se que ao se depararem com uma patrulha alemã, tendo recebido ordem para se renderem, atiraram-se ao chão e abriram fogo contra o inimigo, até acabar a munição. Não satisfeitos, armaram suas baionetas e avançaram contra a Companhia, perecendo face à superioridade numérica do inimigo. Como reconhecimento à bravura e à coragem daqueles soldados, os alemães os enterraram em covas rasas e, junto às sepulturas, colocaram uma cruz com a inscrição "DREI BRASILIANISCHEN HELDEN" (Três Heróis Brasileiros). Em homenagem a eles - Arlindo Lúcio da Silva,Geraldo Baeta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza -, existe no pátio de formatura do Batalhão um monumento que os reverencia".
Todo soldado do Brasil tinha de saber disso ...
Atualizado em 31/05/2011.
Atualizado em 31/05/2011.
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